sábado, 8 de setembro de 2018

Como impedir uma gota d'água de secar?




Pode ser que as duas caminhem juntas. Porém, espiritualidade e religião nem de longe são a mesma coisa. Religiões são rótulos da garrafa, são sectárias e, na maioria das vezes, dogmáticas e anti argumentativas. Espiritualidade é o líquido.

Espiritualidade é o re-ligare, é o contato direto com a Fonte. É a reconexão com você mesmo. Religião, por podar e punir, muitas vezes te afasta daquilo que se é e interrompe o fluxo. A vida, o amor, a Fonte, só funcionam no fluxo. Para ter fluxo é preciso liberdade. É preciso entrega. 

E é preciso conhecimento e sabedoria.

E é necessária a experiência.

Espiritualidade é a experiência direta. Religião é a teoria.  E muitas vezes, de palavras mortas, sem seiva e, paradoxalmente, nos afastam daquilo que ela propõe o encontro.

Na espiritualidade você busca ser mestre de si mesmo (mesmo havendo professores, que são importante sim, pois mostram um caminho. Caminho esse que eles percorreram na prática. O caminho que você está traçando para si mesmo. Mas os passos são única e exclusivamente seus. Os professores facilitam os passos e nos ajudam a entendê-los, mas ainda assim, precisamos testá-los). Na religião, você depende de mediador e geralmente continua dependendo. E assim, fica preso ao dedo que aponta, em vez de ver a lua. Preso a um dedo que só apontou e não conheceu a lua de verdade.

Espiritualidade é como o mar, une tudo. Religião é o aquário.

Espiritualidade é a volta pra casa. É sair do aquário e voltar pro mar, do qual somos apenas uma onda.


Como nos ensina o filme Samsara: "Para impedir uma gota d'água de secar,  jogue-a ao mar." 


Às vezes lago, outras, cachoeira.




Costumo dizer que a natureza é sempre amor, ainda que trovão.
E, como somos natureza, também temos nossos momentos de ser brisa, de ser tempestade, de ser sol e ser chuva. É clichezão, mas a chuva só vem quando precisa lavar...
Então, tudo bem ser terremoto quando há necessidade de sê-lo. Ele é apenas uma faceta da terra. 
Mas que saibamos ser e quando ser. 
Quando é preciso fenecer e quando é preciso germinar. Quando é preciso  romper e quando é necessário abrigar.
O importante é que seja sempre na linguagem do amor - que se expressa de maneiras diversas (às vezes com cara feia sim!). E para ser sempre com amor devemos cuidar e estarmos atentos às nossas águas (emoções). E certificarmos que estejam limpas e claras. 
E limparmos o barro depois do temporal...
E assim, nosso canteiro interno vai ficando livre de praguinhas e ficando fértil e organizado para brotar novas flores.