terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Forte é quem enfrenta suas "fraquezas": Reflexões sobre machismo e alijamento emocional.

No livro 1984, o Ministério do Amor fazia a guerra, o da Verdade forjava as notícias. E tudo que eu tenho aprendido nessa vida nos últimos anos é que “o homem que diz ‘sou’, não é".  
Ah! As meias verdades, tão mais perigosas que as mentiras!
Vejo que as religiões falam tanto de Deus, mas a função da maioria delas tem sido justamente afastar-nos da fonte, de Deus[1].  Vejo gente se dizendo a favor da vida defendendo a morte, a opressão, a pena capital! Como defender a vida sendo tão odioso e ranzinza? Entenderam nada! 
E aí vem o machismo dizendo que ser homem é ser machão, fortão, virilzão. Será? Será que se é tão forte assim quando se teme ouvir e respeitar uma mulher para não abalar sua autoconfiança?  Que qualquer coisa estremece sua sexualidade?
A força, meus caros, está na semente, que é tão pequena e aparentemente tão frágil, mas gera troncos e raízes. Alcançam os céus e as profundezas da terra. Está no céu, tão etéreo, colorido, com fofas nuvens, mas que despenca com raios e trovões. Está no corpo que gera um outro ser. Está em acolher o outro, sabendo que não se diminui ao fazê-lo. E, sobretudo, está no poder de mergulhar em si mesmo, nas mais profundas feridas e sombras assustadoras! Está em encarar nossos fantasmas. E abraça-los. E assumi-los, para transcendê-los.
Uma batalha interna travada contra si mesmo, que só pode ser enfrentada sozinho.
O machismo fere também os homens, porque os mutila! Os impede de serem inteiros, de serem sensíveis. Pois todos somos. Somos espírito e somos matéria. Somos energia masculina e feminina. Somos razão e emoção. Somos corpo e somos mente.  Negar uma parte de si é se alijar! 
Negar as emoções é ser fraco! Pois é preciso ser bravo para olhá-las nos olhos, permitir-se rasgar, sangrar, para poder, então, renascer. Quem não morre um pouco não renasce, e vai criando crostas velhas e podres. Por dentro e por fora. Quem não sente, não vive! Não se entende! Não sabe quem se é. Não se abre para si e estando fechado, nunca vai encontrar-se verdadeiramente com o outro.
Quem não mergulha em si, não aprende a nadar. E o corpo se afoga em doenças somatizadas. Como vão os ossos? As articulações? O coração?!  Tudo bem com os nervos e músculos? O corpo chora o que a boca não fala, o que os olhos não derramam.
A coragem está na entrega. No incerto. No co-viver. No permitir que o outro seja e honrá-lo em suas virtudes, mesmo que diferentes das nossas.
A verdadeira fortaleza está em ser autêntico e íntegro! Em ser sensível, em se irmanar com o que se se sente, dando o f0d#-s3 para os julgamentos alheios e, principalmente, aos próprios julgamentos, que nos auto chibatam. Está em reconhecer os próprios erros. (E assim, também, impor os devidos e necessários limites). Está em ser livre! Está em se opor ao grupo quando ele está errado!
Enquanto o feminino for visto como inferior, suas qualidades serão sufocadas dentro dos homens e eles continuarão sofrendo as consequências disso. E as mulheres continuarão sofrendo as consequências terríveis disso.
O machão é reprimido. É um covarde. Morre de medo! Tudo o ameaça! E por isso, ataca!
O homem de verdade é livre!

Priscila Reis 19.12.17






[1] Porque nos afastam do fluxo. A própria fé é antagônica ao medo, que é tudo que a maioria delas-as religiões- pregam. O ódio, julgamento, preconceito também são contrários a Deus, que é amor, não em um sentido morno ou condescendente, mas em um sentido energético de plenitude. Afastam-nos de nós mesmos. Sem nos conhecermos, como voltaremos à fonte? Separam –e castigam- corpo e mente. Afastam-nos da natureza, que também é Deus. Manipulam e reprimem, enquanto Deus é liberdade. E é discernimento. Como discernir sendo apenas coadjuvante da própria vida, a delegando cegamente às diretrizes daquele que controla a igreja (ou qualquer que seja o nome de seu templo)?

domingo, 17 de dezembro de 2017

Coisas que a bicicleta ensina.

Bike = autonomia, liberdade, independência, coragem, amizade. 

Usem fone de ouvido, o som, infelizmente ficou baixinho.


Ah!!!! Ela também ensina a ver melhor a cidade, a conhecer melhor os caminhos, notar mais os detalhes tanto urbanos quanto dos fragmentos de natureza na cidade.
A perceber pássaros e borboletas. (De verdade!)  A sentir o vento no rosto!
A ter confiança em si mesma e no seu equilíbrio! A ousar!
E claro, a não ficar presa nos congestionamentos. hehe