Pode ser que as duas caminhem juntas. Porém, espiritualidade e religião nem de longe são a mesma coisa. Religiões são rótulos da garrafa, são sectárias e, na maioria das vezes, dogmáticas e anti argumentativas. Espiritualidade é o líquido.
Espiritualidade é o re-ligare, é o contato direto com a Fonte. É a reconexão com você mesmo. Religião, por podar e punir, muitas vezes te afasta daquilo que se é e interrompe o fluxo. A vida, o amor, a Fonte, só funcionam no fluxo. Para ter fluxo é preciso liberdade. É preciso entrega.
E é preciso conhecimento e sabedoria.
E é necessária a experiência.
Espiritualidade é a experiência direta. Religião é a teoria. E muitas vezes, de palavras mortas, sem seiva e, paradoxalmente, nos afastam daquilo que ela propõe o encontro.
Na espiritualidade você busca ser mestre de si mesmo (mesmo havendo professores, que são importante sim, pois mostram um caminho. Caminho esse que eles percorreram na prática. O caminho que você está traçando para si mesmo. Mas os passos são única e exclusivamente seus. Os professores facilitam os passos e nos ajudam a entendê-los, mas ainda assim, precisamos testá-los). Na religião, você depende de mediador e geralmente continua dependendo. E assim, fica preso ao dedo que aponta, em vez de ver a lua. Preso a um dedo que só apontou e não conheceu a lua de verdade.
Espiritualidade é como o mar, une tudo. Religião é o aquário.
Espiritualidade é a volta pra casa. É sair do aquário e voltar pro mar, do qual somos apenas uma onda.
Como nos ensina o filme Samsara: "Para impedir uma gota d'água de secar, jogue-a ao mar."